domingo, 20 de abril de 2008

CREDITOS POR TELEFONE

Crédito directo 'esconde' taxas anuais de 28%
Os consumidores portugueses são aliciados, quase diariamente, a recorrer ao crédito pessoal para financiarem sonhos ou bens mais concretos. Através de uma publicidade mais ou menos agressiva, tudo é possível com um simples telefonema ou um clique do rato do computador. São os chamados créditos directos ou crédito por telefone, a forma mais publicitada e aparentemente mais fácil de se contrair um empréstimo.
No entanto, este "dinheiro fácil" esconde taxas de juro elevadas, que muitos portugueses se "esquecem" de confirmar. Além do mais, tratando-se de créditos que funcionam em sistema de revolving (montante de crédito gasto é novamente disponibilizado), a taxa de juro a ter em conta deverá ser a anual (taxa anual efectiva garantida, a TAEG) e não a mensal. Numa ronda feita pelo DN junto das principais financeiras que oferecem crédito directo, verifica-se que por um empréstimo até quatro mil euros o consumidor paga uma TAEG entre os 27% e os 28%.
A razão que justifica estas elevadas taxas prende-se com o facto de serem empréstimos sem garantias, ao contrário de outros tipos de crédito ao consumo, onde a empresa financiadora pode exigir reservas de propriedade sobre o bem (no caso dos automóveis) ou uma livrança sobre a dívida.
Para a Deco - Associação de Defesa do Consumidor, este crédito "instantâneo" não é tão rápido como apregoam, apresentando vários entraves para quem quiser cancelá-lo. "Ao assinar o contrato, algumas entidades aproveitam a urgência dos clientes para induzi-los a renunciar ao prazo de reflexão de sete dias úteis", refere a Deco, numa análise a este produto feita recentemente e publicada na sua revista Dinheiros & Direitos.
Com efeito, ao contactar estas financeiras pelo telefone, o cliente está apenas a fazer uma pré-adesão, só formalizando o contrato depois de enviar todos os dados e receber posteriormente a aprovação do crédito.
Em Portugal, são cinco as entidades financeiras que se dedicam ao negócio do crédito directo: Cofidis, Credibom, Cetelem, Credifin e GE Money. À excepção desta última, todas as outras são detidas maioritariamente por capitais franceses, o mercado de referência do crédito ao consumo.Todas elas disponibilizam vários produtos, com diferentes maturidades e montantes, onde a mensagem central é a mensalidade a pagar e a rapidez.
No entanto, nem todos os portugueses parecem estar satisfeitos com este tipo de produtos. De acordo com a Deco, em 2005, esta associação recebeu 61 queixas relativas à actuação da Cofidis, 50 da Crédilar e 21 da Mediátis (Credifin). Em 2004, o total de queixas referentes ao crédito ao consumo ascendeu a 282, contra 272 no ano anterior.
Para quem necessita de um crédito pessoal e está tentado a contrair um empréstimo directo, há que fazer bem as contas e determinar os juros implícitos no contrato. Comparar a oferta existente no mercado é sempre o melhor caminho.
fonte:http://dn.sapo.pt/


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